Terça-feira, 06 de Novembro de 2012

 

 

 


De Babilónia trouxe o teu perfume alado!
Nem tempo nem lugar define a tua essência.
Tu és, na sedução, milagre e florescência,
a cítara de Orfeu do canto revelado.

Um êxtase de cor te lava de inocência!
Na tua sedução não pode haver pecado.
Que culpa pode haver num astro incendiado
que à treva dá a luz sagrada da existência?

Bendita seja a luz que, plena, se derrama
e faz da noite escura um medo de criança!
A luz do teu olhar, feitíço em ígnea chama,
entoa, em seu fulgor, um hino de esperança...

Ai, quem me dera ser, além de coração,
p'ra ti, uma canção, com asas de oração.

 

José-Augusto de Carvalho



publicado por Do-verbo às 00:24
Sábado, 21 de Janeiro de 2012














Na leveza da pluma
A carícia da tarde

No murmúrio da brisa
O dulçor do segredo
A dizer-me que vens
No crepúsculo morno

E eu espero que venhas
Na leveza da pluma



Al Andalus
20.01.2012



publicado por Do-verbo às 14:02
Quinta-feira, 01 de Setembro de 2011
 
 
 
Oásis de esperança na paisagem.
Percurso desnudado e peregrino.
Cansaços de passado que domino.
Cantados esplendores de miragem.
 
Esbatem-se no longe purpurino
auroras imprecisas --- a mensagem
vestida de Levante, na roupagem,
e nua na Verdade do destino.
 
Carrego no meu peito as oferendas,
num cofre de cetim e rendas raras,
espólio de aventuras e contendas.
 
Desperta, no clarão das almenaras,
a noite em sortilégio acorda as lendas,
reféns da treva em suas mãos avaras.
 


 
27 de Setembro de 2004.
Viana*Évora*Portugal


publicado por Do-verbo às 11:30
Segunda-feira, 15 de Agosto de 2011
 
Os fastos e as misérias
assombram a falésia
com sonhos descarnados.
 
A branda maresia acaricia
o desencanto imóvel.
 
No tempo das desoras,
doendo a nostalgia
na angústia das palavras
à deriva.



 
Tuphy Mass
al Andalus, 1 de Agosto de 2010.


publicado por Do-verbo às 06:50
Quarta-feira, 10 de Agosto de 2011
 
 
Não vou nem fico, pairo sobre as águas
Limosas da lagoa verde-escura…
Com lágrimas, eu lavo as minhas mágoas
Quando me dói de mais a desventura…

 

 

 

Morri quando na barca de Caronte
Partiste para o frio esquecimento.
Agora, qualquer dia que desponte
Não me dará nem luz e nem alento.

 

 

 

Se foi imperecível o sentido
Que deste ao lucilar do setestrelo
Foi porque imperecível te queria…

 

 

 

Caronte te levou. O sem sentido
Ficou imperecível pesadelo
Até que o fim sufoque esta agonia…

 

 

 

Lisboa, 5 de Agosto de 2011


publicado por Do-verbo às 01:29
Domingo, 03 de Julho de 2011
 

 /

Nas tuas mãos, a pedra do feitiço
refulge, incandescente, em tons vermelhos.
Travessos, os teus olhos, num derriço,
divertem-se no jogo dos espelhos...
 /
De ti, desvio os olhos, contrafeito,
num ar de adolescente insegurança,
ainda que, a saltar dentro do peito,
meu coração ensaie ardente dança.
 /
E tento adivinhar, numa aflição,
se te divertes ou se me escarneces.
E o tempo pára, numa assombração!
 /
E, despeitado, eu sou quem não mereces,
um sonho de fascínio e tentação
que morre porque em mim te desvaneces...

4 de Setembro de 2007.
Viana do Alentejo * Évora * Portugal


publicado por Do-verbo às 16:28
Sexta-feira, 22 de Abril de 2011
 
 
Os fastos e as misérias
assombram a falésia
com sonhos descarnados
 
A branda maresia acaricia
o desencanto imóvel
 
No tempo das desoras
doendo a nostalgia
na angústia das palavras
à deriva
 
 
José-Augusto de Carvalho
Viana*Évora*Portugal


publicado por Do-verbo às 02:04
Quinta-feira, 10 de Fevereiro de 2011
 
 
A neblina desce
sobre as encruzilhadas do desassossego.
O musgo, que tirita nas investidas frias
das frias nortadas,
talvez saiba dos rastos ou doutros sinais.
No vento que assobia,
as mensagens cifradas
agitam o silêncio das ervas que medram
e resistem...
 
 
Tuphy Mass
Al Andalus, 10 de Fevereiro de 2011.
 


publicado por Do-verbo às 15:36
Sexta-feira, 07 de Janeiro de 2011
 
 
 
 
Quando Amine trazia o perfume dos dias,
que esplendor do devir em abril florescia!
*
 
Era abril-primavera ensinando a cantiga
da esperança a cumprir a perene oração...
Era o tempo de ser a promessa da espiga
que madura será a fartura do pão...
*
 
Neste tempo de agora, esfumou-se o perfume.
Só o vento suão enternece o vazio,
na vigília do tempo, em golfadas de lume
e lampejos de luz aquecendo este frio.
*
 
E eu porfio doendo a saudade dos dias,
nesta ausência de Amine em auroras de espanto!
E eu porfio no tempo em que Abril florescias,
num poema de amor que entre lágrimas canto...
*
*
 
 
Tuphy Mass
Al Andalus, 3/8/2010.


publicado por Do-verbo às 13:45
Sábado, 14 de Agosto de 2010
 
 
 
Os fastos e as misérias
assombram a falésia
com sonhos descarnados.
 
A branda maresia acaricia
o desencanto imóvel.
 
No tempo das desoras,
doendo a nostalgia
na angústia das palavras
à deriva.
 
 
Tuphy Mass
al Andalus, 1 de Agosto de 2010.


publicado por Do-verbo às 18:56
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