Quarta-feira, 21 de Dezembro de 2011





















 

 

 

 

NOTAS DE VIAGEM - 4


A mão esquerda de Camões é que me guia.
Poeta e vagamundo,
icei-me ao cesto da gávea.
Além de tanto mar, de tanto céu,
tentei enxergar morenas terras de Espanha
areias de Portugal.
Parti na busca ousada de mim.
Abri estradas molhadas de lágrimas
e vestidas de saudade e de escorbuto.
Entrevi, no manso marulhar, apenas a sedução
da sereia desnudada na brancura de noivar
de mantos de espuma e mito.
Perdido de mim na descoberta do mundo,
já não há morenas terras de Espanha
areias de Portugal.
Além de tanto mar, de tanto céu, só esta lenda de mim...


José-Augusto de Carvalho
Viana*Évora*Portugal


***


NOTAS DE VIAJE - 4


La mano izquierda de Camoens es mi guía.
Poeta y vagabundo,
me icé al cesto de la gavia.
Más allá de tanto mar, de tanto cielo,
intenté divisar morenas tierras de España
arenas de Portugal.
Partí en busca osada de mí.
Abrí rutas mojadas de lágrimas
y vestidas de nostalgia y de escorbuto.
Entreví, en el manso oleaje, apenas la seducción
de la sirena desnuda en la blancura del noviazgo
de mantos de espuma y mito.
Perdido de mí en el descubrimiento del mundo,
ya no hay morenas tierras de España
arenas de Portugal.
Más allá de tanto mar, de tanto cielo, sólo esta leyenda de mí...


(Traducción: Antonio Alfeca)
António Alfeca é um poeta andaluz , a quem devo a honra de me ter traduzido.



publicado por Do-verbo às 15:21
Terça-feira, 24 de Novembro de 2009
 
 
Caminheiro das rotas da vida,
guiado pelas estrelas ou à deriva nas horas de céu enublado,
bebi água nas fontes silvestres,
comi esperanças nas bermas dos caminhos evadidos,
dormi à sombra das esperas, coberto por mantas de angústia.
Encontrei portas fechadas em todas as direcções.
Vi sentinelas alerta nas fortalezas do Tempo.
Chorei as almas penadas da mendicância das preces,
sepultei as ilusões nas valas comuns do esquecimento,
colhi o desprezo astuto nos ramos da ostentação.
Vi tudo o que era feio nas rotas desta vida.
E vi como é possível aninhar as víboras geladas no calor do peito…
as víboras que insistem em envenenar os caminheiros das rotas da vida.
 
José-Augusto de Carvalho
24.11.2005, Viana do Alentejo * Évora * Portugal
 
***
 
Notas de viaje - 1
 
 
© José-Augusto de Carvalho
© Tradução: Alberto Peyrano
 
Caminante de las rutas de la vida,
guiado por las estrellas o a la deriva en horas de nublado cielo,
bebí agua de las agrestes fuentes,
comí esperanzas en los terraplenes de los caminos evadidos,
dormí a la sombra de las esperas, cubierto con las mantas de la angustia.
Encontré puertas cerradas en todas direcciones.
Vi centinelas alertas en las fortalezas del Tiempo.
Lloré las almas en pena de la mendicidad de las oraciones,
sepulté las ilusiones en las acequias comunes del olvido,
coseché el desprecio astuto en las ramas de la ostentación.
Vi todo lo que era feo en las rutas de esta vida.
Y vi cómo es posible anidar a las víboras heladas en el calor del pecho…
las víboras que insisten en envenenar a los caminantes de las rutas de la vida.
 
24.11.2005, Buenos Aires * Argentina


publicado por Do-verbo às 14:40
 
Mecânico é o movimento dos meus passos.
Rasguei todas as estradas
e nem sabia que fosse a rosa dos ventos!…
Nem sempre se conhece o que se procura…
O caminho é o desafio só porque é caminho.
O horizonte é a chama que chama
e desalenta a parança
do anquilosamento imóvel da pedra cravada no chão.
Caminho e no meu caminhar
demonstro que a inércia não existe.
Caminho e demonstro
que sou, nesta interminável caminhada,
o movimento da laranja azul que gira, gira, gira,
num rodopio de dança embriagada.
 
José-Augusto de Carvalho
27.11.2005, Viana do Alentejo * Évora * Portugal
 
 
***
 
 
Notas de viaje - 2
 
© José-Augusto de Carvalho
© Tradução: Alberto Peyrano

 


Mecánico es el movimiento de mis pasos.
Atravesé todos los caminos
sin saber lo que era la rosa de los vientos!…
No siempre se conoce lo que se busca…
El camino es desafío sólo porque es camino.
El horizonte es la luz que convoca
y desalienta la demora
de la inerte parálisis de la piedra clavada en el suelo.
Camino, y en mi caminar,
demuestro que la inercia no existe.
Camino y demuestro
que soy, en esta interminable caminata,
el movimiento de la naranja azul que gira, gira, gira,
en un remolino de embriagada danza.

30.11.2005
Buenos Aires * Argentina


publicado por Do-verbo às 14:19
Na Guerra (dita) Civil de Espanha - Miliciano

 

Ensaiava os primeiros passos, incertos e perplexos.
Era o começo da jornada.
Na berma do caminho, jazia, sufocada, a Liberdade.
Ao longe, na Espanha ensanguentada,
Guernica esperava pelo talento de Pablo Picasso…
Federico tombava, assassinado,
porque Granada tem dois rios:
um de pranto
e um de sangue...
Dolores gritava: No Pasarán!
Mas eles passaram e a Espanha ficou viúva.
Don Ramón andou comigo ao colo.
Aqui encontrou guarida e pão sem sabor a sangue.
Don Ramón, perdoa aquele menino
que não guardou na memória
a imagem do teu rosto macerado.
Obrigado, Don Ramón, porque gravaste em meu peito,
com tinta de lágrimas,
o coração ferido da tua amada Espanha.
 
José-Augusto de Carvalho
14 de Dezembro de 2005.
Viana do Alentejo * Évora * Portugal

***
Don Ramón

Ensayaba los primeros pasos, inciertos e perplejos.

Era el comienzo de la jornada.
Nn el borde del camino, yacía, sufocada, la libertad.
A lo lejos, en la España ensangrentada,
Guernica esperaba el talendo de Pablo Picasso...
Federico se desplomaba, asesinado,
porque Granada tiene dos rios:
uno de llanto
e otro de sangre.
Dolores gritaba: ¡No pasarán!
Pero ellos pasaron y España se quedó viuda.
Don Ramón ando conmigo en sus brazos.
Aqui encontró guarida y pan sin sabor a sangre.
Don Ramón, perdona a aquel niño
que no guardó en la memoria
la imagen de tu rostro macerado.
Gracias, Don Ramón, porque grabaste en mi pecho,
con tinta de lágrimas,
el corazón herido de tu amada España.






Francisco Javier Fontalva Chica.
Málaga, España, 11. Abril. 2012


publicado por Do-verbo às 14:02
Quinta-feira, 01 de Dezembro de 2005

 

 

 

Caminheiro das rotas da vida,

guiado pelas estrelas ou à deriva nas horas de céu enublado,

bebi água nas fontes silvestres,

comi esperanças nas bermas dos caminhos evadidos,

dormi à sombra das esperas, coberto por mantas de angústia.

Encontrei portas fechadas em todas as direcções.

Vi sentinelas alerta nas fortalezas do Tempo.

Chorei as almas penadas da mendicância das preces,

sepultei as ilusões nas valas comuns do esquecimento,

colhi o desprezo astuto nos ramos da ostentação.

Vi tudo o que era feio nas rotas desta vida.

E vi como é possível aninhar as víboras geladas no calor do peito...

as víboras que insistem em envenenar os caminheiros das rotas da vida.

 

 

24.11.2005

© José-Augusto de Carvalho

 

                                   ....... / .......

 

© Tradução: Alberto Peyrano

 

Caminante de las rutas de la vida,

guiado por las estrellas o a la deriva en horas de nublado cielo,

bebí agua de las agrestes fuentes,

comí esperanzas en los terraplenes de los caminos evadidos,

dormí a la sombra de las esperas, cubierto con las mantas de la angustia.

Encontré puertas cerradas en todas direcciones.

Vi centinelas alertas en las fortalezas del Tiempo.

Lloré las almas en pena de la mendicidad de las oraciones,

sepulté las ilusiones en las acequias comunes del olvido,

coseché el desprecio astuto en las ramas de la ostentación.

Vi todo lo que era feo en las rutas de esta vida.

Y vi cómo es posible anidar a las víboras heladas en el calor del pecho...

las víboras que insisten en envenenar a los caminantes de las rutas de la vida.

 

27.11.2005 © 2005 Viana do Alentejo (Portugal) - Buenos Aires (Argentina)



publicado por Do-verbo às 08:46
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