Domingo, 28 de Julho de 2013

Hino a  Senhora de Aires

 

Foto Internet, com a devida vénia

 

 

 

Senhora d'Aires, bendita

Senhora Mãe de Jesus,

que a minha oração aflita

encontre na Vossa luz

a salvação por que almeja,

agora e sempre. Assim seja!

 

Senhora dos campos ermos,

na Vossa Graça infinita,

velai os nossos enfermos,

valei à nossa desdita!

 

Senhora d'Aires, que a dor

dos deserdados da Vida

no Vosso manto de amor

encontre sempre guarida!

 

Senhora d'Aires, bendita

Senhora Mãe de Jesus,

que a minha oração aflita

encontre na Vossa luz

a salvação por que almeja,

agora e sempre. Assim seja!

 

No Vosso regaço, a luz

divina da salvação

nem ao martírio da cruz

recusou o Seu perdão!

 

Senhora na Dor Maior

de toda a Humanidade,

deixai que eu cante e que chore

Por tanto amor e piedade!

 

Senhora d'Aires, bendita

Senhora Mãe de Jesus,

que a minha oração aflita

encontre na Vossa luz

a salvação por que almeja,

agora e sempre. Assim seja!

 

***

Versos de José-Augusto de Carvalho

Viana, 6 e 7 de Maio de 2006.

Música de Maria Luisa Serpa

1ª. audição: Santuário de Nossa Senhora de Aires,

na missa das 12 horas, em 24 de Setembro de 2006.

 



publicado por Do-verbo às 15:40
Sexta-feira, 12 de Abril de 2013
 

 

 
Ponto
Nos versos desta cantiga
quisera a mesma emoção
que existe em qualquer espiga:
vida com sabor a pão.
 
Alto
Outono, terra lavrada!
 
Coro
Benditas primeiras águas!
Na sementeira adiada
só medram angústia e mágoas.
 
Alto
Só medram angústia e mágoas
 
Coro
na sementeira adiada...
Benditas primeiras águas!
Outono, terra lavrada!
 
 
Ponto
Planuras desalentadas.
Perdido Maio maduro...
Nas terras abandonadas,
que presente, que futuro?
 
 
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 10 de Abril de 2013


publicado por Do-verbo às 13:27
Quarta-feira, 21 de Novembro de 2012

 

 

 Venho dos longes da Vida,

com este passo seguro,

sempre de cabeça erguida

desafiando o Futuro.

 

Nas horas amarguradas,

que na vida conheci,

ganhei forças renovadas

para sempre estar aqui.

 

Para sempre estar aqui,

ganhei forças renovadas

nas horas amarguradas

que na vida conheci.

 

Enquanto a vida for vida,

hei-de ser a caminhada

que acende na noite escura

o raiar da madrugada.

 

 

José-Augusto de Carvalho

Viana, 23.4.2006.



publicado por Do-verbo às 00:53
Segunda-feira, 29 de Outubro de 2012

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É agora o momento!...
Já mal lucilam os astros...
Segreda manso o vento
às velas ferradas e aos mastros...
Baloiça a barca esguia
num anseio azul de espanto!
Oh, Fado nosso, oh trémula ousadia
glauca que levanto
no pranto aflito das viúvas de vivos!
Barca esguia
de quantos sonhos cativos,
esta ousadia
de angústia e denodo,
irá ser, redonda, além, o mundo todo!
 
 
 
Na música da ária
«E lucevan le stelle...»,
da ópera Tosca, de Puccini 
 
 
 José-Augusto de Carvalho
Viana * Évora * Portugal
10 de Julho de 2009.


publicado por Do-verbo às 15:38
Domingo, 23 de Outubro de 2011
 
 
 
Neste poço há uma nora
de alcatruzes de saudade,
onde ainda o tempo chora
o candor de Xerazade...
 

 

A princesa muçulmana
sobrevive enfeitiçada
nestas terras de Viana,
numa nora abandonada...

 

Numa nora abandonada,
nestas terras de Viana,
sobrevive enfeitiçada
a princesa muçulmana...
 

 

É quando o vento suão
até à sombra assa canas,
que dói mais a solidão
nas terras alentejanas.



Versos José-Augusto de Carvalho



Talvez projecto, exactamente por ser uma pretensão lançada assim desamparada, é a tentativa de apresentar textos inéditos que poderão enriquecer (?) o património dos cantares populares do Alentejo. Que valha a intenção.



publicado por Do-verbo às 16:04
 

 

Já estava no meu posto
quando o dia mal rompia…
E, o patrão, a contragosto,
ao sol-pôr, findava o dia…

 

Para além de água e de pão,
tive sede e tive fome,
que também se bebe e come
quer Justiça, quer Razão…

 

De Justiça e de Razão,
que também se bebe e come,
tive sede e tive fome
que não só de água e de pão…

 

Engelhado de cansaço,
hoje, sou esta memória…
Se na vida apenas passo,
que não passe a minha história…



 

Versos de José-Augusto de Carvalho

 


Talvez projecto, exactamente por ser uma pretensão lançada assim desamparada, é a tentativa de apresentar textos inéditos que poderão enriquecer (?) o património dos cantares populares do Alentejo. Que valha a intenção.

 


publicado por Do-verbo às 15:56
 
 
Na torre batem as horas.
Nem viv'alma pelas ruas.
Amor, por que te demoras
e esta saudade acentuas?

 

No meu peito, dói a espera.
Um nó me aperta a garganta.
Não pode haver primavera
se o passarinho não canta.

 

Se o passarinho não canta,
não pode haver primavera.
Um nó me aperta a garganta.
No meu peito, dói a espera.

 
Nos campos não há trigais...
E sem trigo não há pão!
Meu amor, não tardes mais,
que morro de solidão!

 


 

Música de Maria Luísa Serpa

Versos de José-Augusto de Carvalho
Viana, 10 de Março de 2006.


 



publicado por Do-verbo às 15:48
Quarta-feira, 15 de Dezembro de 2010
 
*
 
Todo o tempo que porfia
sempre um novo tempo gera,
num afã que se recria
de perene primavera.
 *
Porque a inércia não existe,
estar vivo é movimento,
na viagem que persiste,
a favor e contra o vento.
 *
Vamos todos, sem demora,
neste não de ser refém
duma Torre da Má Hora
donde nunca vem ninguém!
 *
Vamos, sem demora,
no tempo que é de nós,
vamos, é a hora
de termos voz!
 *
*
José-Augusto de Carvalho
5 de Julho de 2009.
Viana*Évora*Portugal
(Na música da canção napolitana «Torna a Surriento»)


publicado por Do-verbo às 07:20
 
*
Na minha terra,  já rareia o trigo.
Ermos os campos, dói a solidão.
Até o duro pão que, em sopas migo,
estranho, sabe à dor da emigração.
 *
Oh, minha terra
de sol e pão,
quem nos desterra
do pátrio chão?
Oh, terra
de sol e pão,
quem nos desterra
do pátrio chão?
 *
Quando a saudade queima no meu peito,
os cravos secos gritam na memória!
Sinto, doendo, o sonho já desfeito.
Quem disse não ao rumo da História? 
 *
Oh, minha terra
de sol e pão,
quem nos desterra
do pátrio chão?
*
Oh, terra
de sol e pão,
quem nos desterra
do pátrio chão?
 *

   * 
José-Augusto de Carvalho
Julho de 2009.

Na música da canção napolitana «O sole mio».


publicado por Do-verbo às 07:16
 
 *
Saudade, Mãe, que saudade
do teu regaço-meu ninho!
Eu fui, na tua verdade,
vertigem doutro caminho...

*
De olor e cor, fui a flor
mais linda do teu jardim...
Nem o génio de um pintor
criou uma flor assim...
***
Só na fragrância
do  meu altar de saudade
a minha infância
vive na tua verdade…

*
Ousando a Vida,
hoje, sozinho, caminho,
sem a guarida
já perdida do meu ninho.
*
*
José-Augusto de Carvalho
25 de Junho de 2006.
Viana do Alentejo * Évora * Portugal
Música de Maria Luísa Serpa


publicado por Do-verbo às 07:06
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