Quando a morte te levou,
Não me quis levar contigo.
De ti, apenas, ficou
A saudade, onde me abrigo.
Ah, mas eu sei, meu amor,
Que ficaste junto a mim,
Sorrindo em cada flor
Que alinda a nosso jardim.
E quando à noite olho os astros
O firmamento bordando
O lucilar dos teus rastros,
Eu sei, a todo o momento,
Que tu me estás acenando
Dos confins do firmamento.
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 6 de Agosto de 2011