Foto de meu cão Apolo, 2008
Como te invejo amigo cão,
o teu sol e mesmo o teu osso;
não a coleira do pescoço;
a condição.
Como te invejo o faro, irmão!
Cheirar até o bafo de deus,
seres tu por mim alguém e eu
o cão.
Como te invejo, meu ciúme é vasto:
o amor que fazes à minha frente,
uivar, ganir como um demente
e casto.
Como te invejo e te gabo,
como os que, não sendo cão,
pedem guloseimas e dão
ao rabo.
Como te invejo o dobrar do sono,
ladrar a quem me apetecer
e, se for preciso, morder
o dono.
João de Sousa Teixeira