Domingo, 09 de Janeiro de 2011

 

 

 

São estes campos doídos,

sempre a dizerem que não

aos nossos braços caídos

por sem trabalho nem pão...

 

É este arame farpado

a prender o nosso chão,

como se fosse um danado

campo de concentração...

 

É esta dor ferrugenta

minando os nossos arados...

É esta terra sedenta

dos trigais já condenados...

 

É esta angústia de ser,

morrendo sem se render...

 

 

 

José-Augusto de Carvalho

22 de Abril de 1998.

Viana*Évora*Portugal


publicado por Do-verbo às 16:21
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