Sexta-feira, 12 de Abril de 2013
 

 

 
Ponto
Nos versos desta cantiga
quisera a mesma emoção
que existe em qualquer espiga:
vida com sabor a pão.
 
Alto
Outono, terra lavrada!
 
Coro
Benditas primeiras águas!
Na sementeira adiada
só medram angústia e mágoas.
 
Alto
Só medram angústia e mágoas
 
Coro
na sementeira adiada...
Benditas primeiras águas!
Outono, terra lavrada!
 
 
Ponto
Planuras desalentadas.
Perdido Maio maduro...
Nas terras abandonadas,
que presente, que futuro?
 
 
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 10 de Abril de 2013


publicado por Do-verbo às 13:27
Sexta-feira, 12 de Abril de 2013

Da Poesia Pura 

É quando a noite cai, doendo, nos meus braços,
e tremem, no silêncio, os medos ancestrais,
que irrompe a escuridão e, aquém dos meus umbrais,
me envolve, em seu torpor, em lânguidos abraços.


Se tardo adormecer, segredos me suspira,
segredos que eu esqueço ao despertar-me a aurora.
Mas não desiste nunca e torna, sem demora...
Rendido acontecer e ser de quem delira.


E a minha insónia teima em conceder-lhe espaço.
Meu corpo exausto e lasso entrega-se, rendido.
E a noite, sem pudor, despindo o seu vestido
de angústia e escuridão, reclama o meu abraço.


Abraço que não dou, mas sempre lho consinto
assim como se fosse um cálice de absinto...

 


José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 10 de Abril de 2013.



publicado por Do-verbo às 13:20
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