Tela de José Malhoa * Foto Internet, com a devida vénia
À venda não estão as noites de luarnem as antemanhãs da nossa inquietação…À venda não estão o verde-azul do marnem barcas que ousem mais além do Cabo Não… À venda não estão as ágeis andorinhasque trazem o louvor de cada primavera…À venda não está o sol que doura as vinhase o mosto a fermentar a raiva desta espera… À venda não está o cais da nossa urgência,em lágrimas de sal banhando os nossos pés…À venda não está a mágica cadênciado sonho a baloiçar na angústia das marés. À venda não estão os versos da cançãogemendo noite adentro a nossa condição… José-Augusto de CarvalhoLisboa, 30 de Julho de 2012