Sábado, 08 de Janeiro de 2011
 
 
Tenaz
é este tempo sempre em busca de mudança,
correndo decidido e que nos leva e traz
o sonho que se esvai e se ergue da esperança...
 
Tenaz
é este tempo ousando a força da vontade
em tempos dividido, inteiro e sem idade,
escombros do que foi, no barro em que se faz...
 
Tenaz
é este tempo, a flor adivinhando o fruto,
a polpa, o sumo, o aroma, o ser que se desfaz
e se refaz semente em auras de absoluto...
 
Tenaz
é este tempo, a guerra em parto, vida e paz!
 
 
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 19 de Dezembro de 1996.


publicado por Do-verbo às 14:44
Para Vasco Massapina
 
O espaço é o desafio.
A mão, trémula e suspensa,
é, no gesto, a forma densa
a esventrar o vazio.
 
Hirtos e determinados,
o esquadro, a régua, o compasso
ansiando pelo traço
de esboços adivinhados...
 
A mente, num turbilhão,
aguardando o golpe de asa,
cresce, avassala e abrasa
e encandeia, num clarão.
 
O sonho o milagre tece...
Céus, e o homem acontece!
 
 
 
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 22 de Dezembro de 1996


publicado por Do-verbo às 14:06
Casimiro de Abreu
Capivary, 4 de janeiro de 1839.
Nova Friburgo, 18 de outubro de 1860.
*
Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
meu Deus, não seja já!
 

***
Censura
 
*
Senhor, não me deixaste
morrer na flor dos anos...
...e assim me condenaste
à sanha dos tiranos!
/
 
Os ombros me vergaste
com o peso dos danos...
...e assim me abandonaste,
sem fé, aos desenganos!
/
 
Quando o barro moldaste,
os meus sonhos criaste
divinos e profanos.
/
 
Uniste a flor à haste
que depois desfolhaste
com a ira dos humanos.
*
José-Augusto de Carvalho
(In «vivo e desnudo», Editorial Escritor, Lisboa, 1996)


publicado por Do-verbo às 08:55
Registo de mim através de textos em verso e prosa.
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