Domingo, 27 de Junho de 2010

Eu sou um cidadão vulgar deste país. Amo a Poesia e tento desesperadamente encontrá-la nos versos que ando escrevendo.

Também tento escrever, a espaços, alguma prosa.
Falará de mim e por mim quanto eu publicar neste espaço gentilmente cedido pelo SAPO.
Cívica e literariamente, procuro ser um homem honesto e reclamo dos demais idêntica postura. E porque assim é, não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta atitude.

 

Até sempre!
José-Augusto de Carvalho
 


publicado por Do-verbo às 01:13
Sábado, 26 de Junho de 2010

 

 

 

De Viana trago o canto
dos encantos do Alentejo,
desde o pão sofrido e santo
às açordas de poejo…


Trago o sol que doura a vinha
no calor do mês de Agosto
e o sabor que se adivinha
quase vinho, ainda mosto…
 

Quase vinho, ainda mosto…
Que sabor que se adivinha,
ao calor do mês de Agosto,
quando o sol nos doura a vinha!

Nas ribeiras há pardelhas;
Nas barragens, achigãs.
Estas terras, de vermelhas,
sangram todas as manhãs!...

 

José-Augusto de Carvalho
13 de Março de 2006.
Viana do Alentejo * Évora * Portugal
Música de Maria Luísa Serpa



publicado por Do-verbo às 23:49
Sábado, 26 de Junho de 2010

 

 

 

 

 

 

 

Escrevo como quem abraça a Terra inteira,
assim, do Norte ao Sul, do Leste ao Ocidente...
Meus versos não são meus, serão de toda a gente
que, por amar Orfeu, talvez também me queira...

Não quero para mim apreço singular.
Um entre todos sou, no ser pluralidade.
Em campo raso ou, por desgraça, atrás da grade,
de peito aberto, a luz da vida hei-de cantar.

De pé, enfrento sempre a corja que me agride.
Nos lábios, um esgar, e de repulsa apenas,
diverso no respeito enorme, nas arenas,
ao sol do meu ardor, em perigosa lide....

Se canto a liberdade ainda por haver
é porque a sinto, em mim, sonhada, acontecer...

 

 

José-Augusto de Carvalho
8 de Agosto de 2004.
Viana * Évora * Portugal



publicado por Do-verbo às 23:16
Sábado, 26 de Junho de 2010
 
al gran poeta Ibrahim Nasrallah
de haberse atrevido a tratar un tema tabú:
 

[Noticia en 4 idiomas]
 
La censura jordana acusa al gran poeta
Ibrahim Nasrallah de haberse atrevido
a tratar un tema tabú: 'Ofender al Estado
jordano y las fuerzas armadas, de levantar conflictos.
 

 
Versos lejanos  
                                               
                Para Ibrahim Nasrallah
 
Hay alas de libertad
con penas de terciopelo
y sangre de soledad
en los azules del cielo.

Viejos miedos sín edad,
asombros malos del vuelo.
No matarán la verdad                                                 
que, herida, irrumpe del suelo!

Mis ojos miran las flores
que nacen en tu jardín,
en una alba de colores.
 
Ay, el viento es un clarín,
anuncio de los albores
de mañanas de carmín...
 
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 6 de Julio de 2006.
                     *
 

 

 

Poetas                      
                                       Para José-Augusto de Carvalho

 

 

En esa ciudad buena y distante

En un patio colmado de hierba

Todas las cosas cantan
Y todos bailan

Él dijo: Anda e invita a bailar  a esa bella muchacha

Yo era tímido

Él dijo: sí los poetas pierden

El mundo no ganará

 

 

 Ibrahim Nasrallah

 



publicado por Do-verbo às 16:52
Sábado, 26 de Junho de 2010

 

 

Ah, assim como respiro,

eu vivo este movimento!
E, sem dar por nada, giro
no azul deste firmamento...
 
Como lesto rodopio,
em constante rotação!
E assim ganho o desafio
ao meu saudoso pião!

Porque a inércia não existe
aqui nos confins do tudo,
a memória em mim persiste
do meu pião de miudo.
 
Meu velho pião de azinho,
tu, que desde a minha infância,
vens me ensinando um caminho
de vertigem e distância!

Nesta instante rotação
de destino e desafio,
somos o mesmo pião
deslumbrando o rodopio...


José-Augusto de Carvalho
20 de Julho de 2008.
Viana * Évora * Portugal


publicado por Do-verbo às 16:41
Sábado, 26 de Junho de 2010

 

(Israel, 21 de Junho de 2008)

 

 
As pétalas da flor que Junho desfolhou,
cobriram de amargura as terras de Israel.
Nas margens do Mar Morto, a sombra desenhou,
com lágrimas de sal, um cálice de fel.
 
Nas áleas do Jardim, perene, o mito ateia
a chama que nos chama, em labaredas de ouro.
E a flor, estreme e bela, em seu candor, passeia,
na brisa do deserto, o seu cabelo louro.
 
À Vida, que não quis que a flor emurchecesse,
vergada pelo tempo exausto da anciania,
escrevo, neste adeus, os versos da tristeza.
 
Se mais um outro dia ainda amanhecesse,
serias sempre tu, em  flor-policromia,
o alor da sedução do sonho e da Beleza.
 
 

José-Augusto de Carvalho
23 de Junho de 2008.
Viana * Évora * Portugal


publicado por Do-verbo às 16:30
Quinta-feira, 24 de Junho de 2010
 



No te dieron el derecho de coger amapolas
en todos los caminos de tu tierra.
 
Para ellos,
el derecho que querias de vivir en paz
era el peligro de la luz sobre las tinieblas...
 
Ay, las tinieblas hijas de la muerte
y amantes de todos los asesinos!
 
Ya no llueve en Santiago!
El cielo ha secado todo su llanto!
Y los ecos de tus canciones se han perdido
en las alas heridas del cóndor
subyugado por los bandoleros.


 
José-Augusto de Carvalho
9.12.2007

Viana*Évora*Portugal


publicado por Do-verbo às 23:50
Quinta-feira, 24 de Junho de 2010

 

 

É quando as sombras descem sobre a luz

e a vida já não pode ser mais nada
que, em ânsia de infinito, tremeluz
a paz, por dor e lágrimas velada.
 
 
Aqui, por entre flores de saudade,
sublimo a perfumada nostalgia
do sonho que se quer eternidade,
em arrebois de amor e poesia.
 
 De ti, ficou, em nós, perene, o canto,
a parte que te coube da beleza
p'lo Céu doada a todos os poetas.
 
 
Em ti, ficou, de nós, doído, o pranto
que levas, por alturas de incerteza,
nas tuas asas livres e inquietas.

 
  
José-Augusto de Carvalho
24 de Fevereiro de 2006.
Viana do Alentejo * Évora * Portugal


publicado por Do-verbo às 23:44
Quinta-feira, 24 de Junho de 2010

 

 

Cuando los asesinos mataron al poeta,
el reloj señalaba la hora cero.

El poeta se muere siempre en la hora cero.

Cuando el tiempo queda yerto
y las palabras rechazan la melodía de la ternura
el poema es imposible.

Cuando el reloj señala la hora cero,
el poema es imposible.

Cuando el poema es imposible
ni paraíso ni infierno pueden existir.

Cuando el poema es impossible,
la sangre llora la nada.

La sangre del poeta asesinado lloró la nada
en mi corazón.



José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 24 enero 2006.



publicado por Do-verbo às 23:39
Quinta-feira, 24 de Junho de 2010
 

Os deuses e os demónios querem sangue!
No mundo, ergueram, ímpios, os altares.
Um homem justo mais tombou exangue...
Irmão, mais um sinal p'ra meditares!

O tempo da discórdia trouxe as iras.
Quem nega, agora, a lei da causa-efeito?
Arautos de vergonhas e mentiras,
com agressões e bombas de ódio ao peito!

E as vítimas são sempre os inocentes,
as dores de um calvário que não cessa,
o vil metal das trocas indecentes.

Irmão, Amigo, Exemplo, tão depressa
te privam do amor das tuas gentes!
Contigo morre mais uma promessa.





José-Augusto de Carvalho
Viana do Alentejo * Évora * Portugal


publicado por Do-verbo às 23:33
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