Sexta-feira, 25 de Novembro de 2005

 

 

 

 

Parou o tempo dentro do teu peito.

Morreu o mundo no teu coração.

Sem um adeus, gelado, no teu leito,

só o desgosto da separação...

 

Agora, não é tempo de palavras.

É tarde, muito tarde para nós.

E nem eu quero, agora, mais palavras.

E nem tu ouves mais a minha voz.

 

Tentei amar-te como tu me amaste.

Na perda é que sabemos o vazio

que fica quando já não há mais nada...

 

Perdida flor suspensa de hirta haste,

baloiça na ternura do rocio

da tua derradeira caminhada...

 

 

José-Augusto de Carvalho

17 de Dezembro de 2004.

Viana  * Évora * Portugal



publicado por Do-verbo às 17:44
Terça-feira, 22 de Novembro de 2005

 

 

 

 

 

 

Um relógio parado

assinala

o sem tempo obstinado.

Um sem tempo que fala

duma espera,

no silêncio pesado

duma angústia severa.

Vai-se o dia,

vem a noite

e nenhuma ousadia

que perturbe ou açoite

o silêncio pesado

que macera,

nesta espera,

o sem tempo obstinado.

 

 

 

Viana*Évora*Portugal



publicado por Do-verbo às 00:25
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