Parou o tempo dentro do teu peito.
Morreu o mundo no teu coração.
Sem um adeus, gelado, no teu leito,
só o desgosto da separação...
Agora, não é tempo de palavras.
É tarde, muito tarde para nós.
E nem eu quero, agora, mais palavras.
E nem tu ouves mais a minha voz.
Tentei amar-te como tu me amaste.
Na perda é que sabemos o vazio
que fica quando já não há mais nada...
Perdida flor suspensa de hirta haste,
baloiça na ternura do rocio
da tua derradeira caminhada...
José-Augusto de Carvalho
17 de Dezembro de 2004.
Viana * Évora * Portugal